
Minha Abordagem
A clínica humanista é o lugar do sentir e não do pensar. É o lugar onde silenciamos os ruídos externos, voltamos a escuta para a nossa voz, que acontece nem dentro nem fora, mas no “intervalo” que subverte a dicotomia fora-dentro. Juntos, paciente e terapeuta, somos conduzidos a fazer essa travessia – estar na ponte – inteiramente dedicada a alcançar vida, se vivendo em cada coisa que se vive, a travessia acontece na visão das coisas sendo.
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Através de um olhar capaz de entrar em um íntimo contato com a existência vamos sendo lançados ao coração da vida, numa busca que não é compreendida pelo instrumento frágil da inteligência, mas pode ser sentida pela força iluminadora da sensibilidade. O terapeuta, em perplexidade, permite a queda da razão, para acolher o mistério enquanto destinação de uma existência. Por baixo dos fatos, do enredo, é que borbulha a matéria misteriosa de que é feita a existência.
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Para que eu possa bordar o espaço da terapia, minha prática clínica se compõe através de um gesto poético nas tessituras da literatura, que se sustenta no encontro entre a filosofia existencialista e a lente fenomenológica de Merlau-Ponty. Sempre ancorada nos estudos sobre a Clínica Fenomenológica-Existencial e, também, Hospitalar, com pacientes que vivem num Corpo junto à doença renal crônica.
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